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Putin tenta demonstrar força ao reunir líderes em encontro dos Brics que começa nesta terça, na Rússia

Presidente russo quer mostrar que tentativa do Ocidente de isolar o país do tabuleiro geopolítico internacional devido ao conflito com a Ucrânia não deu cer...

Putin tenta demonstrar força ao reunir líderes em encontro dos Brics que começa nesta terça, na Rússia
Putin tenta demonstrar força ao reunir líderes em encontro dos Brics que começa nesta terça, na Rússia (Foto: Reprodução)

Presidente russo quer mostrar que tentativa do Ocidente de isolar o país do tabuleiro geopolítico internacional devido ao conflito com a Ucrânia não deu certo. Reunião de cúpula vai discutir a criação da categoria de 'países parceiros' do bloco. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, durante recepção do presidente dos Emirados Árabes Unidos na véspera da abertura da reunião dos Brics Evgenia Novozhenina/Pool via Reuters O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reúne cerca de 20 líderes estrangeiros a partir desta terça (22) para a Cúpula dos Brics com a intenção de demonstrar o poder russo e o fracasso da tentativa de isolar o Kremlin por parte das potências ocidentais. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A cúpula do bloco será realizada na cidade de Kazan, às margens do Volga, e o evento já é visto por Moscou como "o evento diplomático mais importante organizado na Rússia". Em paralelo à reunião, Putin também se reunirá quinta-feira (24) com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse o assessor do Kremlin Yuri Ushakov. Esta será a primeira visita de Guterres à Rússia em mais de dois anos, após críticas repetidas do secretário-geral à guerra entre Rússia e Ucrânia. A reunião ocorre num momento em que a Rússia ganha terreno no conflito com Kiev e forja alianças com os principais adversários dos EUA, como a China, o Irã e a Coreia do Norte. O presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, devem estar presentes no evento ao lado de Putin. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua viagem à Rússia após sofrer um acidente doméstico, mas participará por videoconferência, informou a Presidência. O Kremlin também conseguiu garantir alianças com países que têm laços com o Ocidente. Moscou está contando, por exemplo, com a presença de Narendra Modi, da Índia, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia. Parcerias Essa grande reunião dos Brics "tem como objetivo mostrar que a Rússia não só está longe de estar isolada, mas que tem parceiros e aliados", disse o analista político Konstantin Kalachev à AFP em Moscou. Putin, alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional em março de 2023 pela deportação de crianças ucranianas, segundo a acusação de Kiev, teve que se retirar da cúpula anterior dos Brics na África do Sul. "A Rússia (...) busca relações baseadas no direito internacional e não nas regras estabelecidas por determinados países, especialmente os Estados Unidos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reivindicando o apoio da 'esmagadora maioria dos países'. Ao reunir o "Sul e o Leste globais" para contrabalançar o Ocidente, de acordo com a Rússia, o Brics deve "construir, tijolo por tijolo, uma ponte para uma ordem mundial mais justa", disse o conselheiro diplomático do Kremlin, Iuri Uchakov. Estados parceiros De acordo com o secretário do Itamaraty Eduardo Paes Saboia, o principal tema da reunião em Kazan será a criação da categoria de "países parceiros" do bloco. "Discutimos quais os critérios para essa modalidade e há a expectativa de que, aprovada a modalidade, possa ser feito o anúncio dos países convidados a integrar essa categoria", disse Saboia. A Turquia, membro da Otan que tem um relacionamento complexo com Moscou e com o Ocidente, anunciou em setembro sua intenção de se juntar aos Brics. Azerbaijão e Malásia também se candidataram formalmente. Na América Latina, Venezuela e Nicarágua estão entre os candidatos que querem se juntar ao bloco. As relações diplomáticas e políticas do Brasil com esses dois países, porém, têm enfrentado crises recentemente. Isso porque, no caso da Venezuela, diferentemente do que vinha fazendo, Lula passou a questionar a forma como o governo de Nicolás Maduro lidou com o processo eleitoral interno. Já no caso da Nicarágua, a crise se deu porque o embaixador brasileiro em Manágua foi expulso do país por não ter participado da data de aniversário da Revolução Sandinista. Em resposta, o Brasil expulsou a embaixadora nicaraguense. Ampliação do bloco Criado em 2006, o Brics reunia, até o ano passado, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Durante a cúpula de Joanesburgo, foi aprovada a entrada de mais membros efetivos: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Ainda em 2023, porém, o então recém-empossado presidente argentino, Javier Milei, comunicou a decisão de retirar o país do bloco.

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